O processo de privatização brasileiro entregou o controle de empresas produtivas e bem conceituadas no mercado a grupos estrangeiros, como foi feito não só com a Vale mas também com os sistemas telebrás e eletrobrás. A telefonia, por exemplo, é um setor estratégico sobre o qual os governos dos países tentam manter algum controle, porque por ele passa o mais avançado meio de remessa de conhecimentos, a internet.
Com isso, alguns governos sucateiam empresas para vendê-las numa época em que o mundo estava em crise e, por isso, nem sequer conseguiu fazer bons negócios. Quando necessário tirar o estado do gerenciamento de empresas para que ele pudesse investir em setores básicos, como educação e saúde, o dinheiro arrecadado para isso ficou muito além das necessidades, pois os compradores só admitiram ficar com a parte boa dos negócios, deixando para o brasil a parte menos valorizada.
Os defensores das privatizações no Brasil argumentam que a administração pública centralizadora é bastante precária, impede a evolução das empresas e trava a economia. Com as privatizações, a lucratividade dessas instituições se elevaria, gerando mais riquezas. É justamente nesse ponto, no entanto, que se encontra boa parte das críticas direcionadas às privatizações no Brasil. As argumentações estão no fato de que elas foram responsáveis por acelerar o processo de terciarização da economia e precarização das relações de trabalho, aumentando o desemprego e diminuindo a renda dos assalariados.
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- Década de 1980: privatização de quase 40 empresas, todas de pequeno porte;
- 1990: Criação do Plano Nacional de Desestatização (PND);
- 1990-1992: venda de 18 empresas atuantes no setor primário da economia, com ênfase no setor siderúrgico. Foi gerada uma receita de 4 bilhões de dólares;
- 1993: Privatização da CSN, Companhia Nacional de Siderurgia;
- 1995: Criação do Conselho Nacional de Desestatização (CND);
- 1996: Arremate de mais 19 empresas, com uma arrecadação de 5,1 bilhões de dólares. Privatização da Light, empresa do setor de eletricidade;
- 1997: Venda da Vale do Rio Doce, privatização de vários bancos estaduais (alguns federalizados antes da venda) e início do processo de privatização do setor de telefonia;
- 1998: Privatização de empresas de energia na região Sul, além de ferrovias e rodovias na região Sudeste;
- 1999: Venda da Damatec (empresa no setor de informática) e do Porto de Salvador, além da CESP (Companhia Elétrica do Estado de São Paulo);
- 2000: Redução nas ações estatais de participação na Petrobras e venda do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), além de inúmeros outros bancos estaduais.
- 2002-2008: Continuação da privatização de bancos e empresas elétricas estaduais. Vendas e concessões para o uso de rodovias.
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