terça-feira, 28 de novembro de 2017

Motivo

Motivo

Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias, 
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico, 
se permaneço ou me desfaço, 
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.


"Motivo" é um poema que pertence a escritora Cecília Meireles. Este texto mexe com os sentimentos do leitor, pois apresenta uma idea de que o momento presente é o que importa: "Eu canto por que o instante existe". Com isso, podemos dizer  que o texto propõe uma concentração no presente. O eu lírico demonstra que não se importa comado ou com o futuro, mas só com o agora.
Aqui: “não sei, não sei. Não sei se ficoou se passo.” a indefinição, a dúvida do eu lírico mostra-se sem resposta. A repetição da  não sei mostra que ele não consegue dar conta de achar uma resposta que satisfaça seu questionamento. A oposição entre fico e o passo. Podemos dizer que as antíteses representam as dúvidas ou as incertezas do eu lírico, ou ainda o que ele não consegue ou não quer definir sobre si mesmo.
“Num dia sei que estarei mudo mais nada.” Neste último verso o poeta trás a ideia de que ele é passageiro no mundo, e que algum dia ele ficará mudo pois o instante deixará de existir para ele. Com tudo isso podemos dizer que ele se importa para ele é a sua existência e sua criação poética.

Alunos: Jean Alexandre, Amanda Roza, Yuri Crestani

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Mulher ao espelho

Mulher ao espelho


Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta. 
Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis. 
Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto? 
Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando. 
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seu
se morreu pelos seus pecados,
falará com Deus. 
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

Mulher ao espelho 

  O poema: mulher ao espelho "de Cecilia Meireles foi feito na primeira fase do modernismo  e trata  dos temas: a instabilidade da vida e a fragilidade do ser, que pode ser mostrado no trecho" quero apenas parecer Bela/Pois  seja qual for estou morta" que mostra busca incessante do ser humano pela beleza mesmo que custe a vida. A autora  também aponta com delicadeza os temas velhice e morte,  e usa versos rimados e metrificado, que certa forma se afastava  da temática do modernismo.
   A primeira interpretação do poema mostra uma mulher levada pela pelas exigências  do mundo da moda e da mídia mas também  mostra uma mulher oprimida  como na estrofe " Só não pude ser como quis" ,"pois, seja qual for, estou morta? e morreu pelos seus pecados e? Porque uns expiram sobre cruzes,/outros, buscando-se no espelho? Em outras palavras o texto  conta a historia de uma ou varias mulheres q sofreram com a exigência da beleza.
   Uma outra interpretação desse texto é fato de mostrar uma mulher não individualizada que também remete ao movimento feminista da época.
Amanda Roza.

sábado, 25 de novembro de 2017

Jorge de lima "solíloquio sem fim e rio revolto"


Solilóquio sem fim e rio revolto 
 
Solilóquio sem fim e rio revolto  -A 
mas em voz alta, e sempre os lábios duros -B 
ruminando as palavras, e escutando -C 
o que é consciência, lógica ou absurdo. -D 
 
A memória em vigília alcança o solto  -A
 

perpassar de episódios, uns futuros -B 
e outros passados, vagos, ondulando -C 
num implacável estribilho 
surdo. -D 
 
E tudo num refrão atormentado: -E 
memória, raciocínio, descalabro… -F 
Há também a janela da 
amplidão; -G 
 
e depois da janela esse 
esperado -E 
postigo, esse último portão que eu abro -F 
para a fuga completa da 
razão. -G 

 
 
 

significado Soliloquio: conversar com sigo próprio. 

 
 
 
Jorge Mateus de Lima nasceu dia 23 de abril de 1893 na cidade alagoana de União dos Palmares. O percurso poético de Jorge de lima é distinto dos demais poetas de sua geração e que ele se destaca como um dos mais ricos e de maior complexidade de nossa literatura, com bastante variação e em constante mutação. Jorge de Lima, conhecido como “príncipe dos poetas alagoanos inicia-se como poeta neoparnasiana e simbolista, alcançando notoriedade com “O acendedor de lampiõesele também trabalhou como artista plástico, professor e médico.   

Já no poema "solilóquio sem fim e rio revolto". Jorge de lima trata sobre logica ou absurdo, uma realidade ou ficção. É um portão para a fuga da razão. No texto o poeta trata sobre uma ilusão, uma conversa com sigo mesmo que durara para sempre, consequentemente seus lábios vão secando e ele não identifica mais se é uma ilusão ou a realidade. Suas memórias se libertam e passam pela sua cabeça como episódios, aleatórios, sem som em uma vaga amplidão, tudo atormentado, memórias e raciocínios. Levando o personagem a loucura e a total exatidão. Como em todos os poemas Jorge de lima, apresenta uma ideia totalmente diferente uma da outra, mostrando vários aspectos da sociedade e dos indivíduos, uma das diferenças entre os poemas são as rimas, em cada poema de Jorge de lima, utiliza uma sequência própria de rimas, característica de sua criação aprestada no 1° estrofe ABCD, 2°ABCD, 3°EFG, 4°EFG.
Grupo: Elysson, João Pedro, Vitor Daniel

A mãe do primeiro filho, Murilo Mendes- Lucas Abreu


A mãe do primeiro filho


Carmem fica matutando
no seu corpo já passado.


— Até à volta, meu seio
De mil novecentos e doze.
Adeus, minha perna linda
De mil novecentos e quinze.
Quando eu estava no colégio
Meu corpo era bem diferente.
Quando acabei o namoro
Meu corpo era bem diferente.
Quando um dia me casei
Meu corpo era bem diferente.
Nunca mais eu hei de ver
Meus quadris do ano passado…


A tarde já madurou
E Carmem fica pensando.


Análise do poema A mãe do primeiro filho

O poema mostra uma mulher chamada Carmem, que está inconformada com as mudanças que ocorreram no seu corpo após ela dar a luz a seu primeiro filho.
Carmem diz que era uma mulher muito bonita, faz referência aos seios e as pernas que um dia eram lindas, e que seu corpo no colégio era admirável e que hoje em dia estava irreconhecível.
Ela se mostra uma mulher muito frustrada no poema pelo fato de ficar matutando por uma tarde sobre o corpo que um dia ela teve e hoje não tem mais, fato que, torna o poema muito frustrante e repetitivo.

O poema mostra a realidade de muitas mães, que após terem o primeiro filho perdem muitas coisas no corpo que antes eram “bonitos” e após o nascimento da criança se tornam passados como relata o poema.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Murilo Mendes

SOLIDARIEDADE

Sou ligado pela herança do espírito e do sangue 
Ao mártir, ao assassino, ao anarquista.
Sou ligado
Aos casais na terra e no ar,
Ao vendeiro da esquina,
Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida,
Ao mecânico, ao poeta, ao soldado,
Ao santo e ao demônio,
Construídos à minha imagem e semelhança


Analise do texto:

  Neste poema, Murilo Mendes diz que somos todos iguais com nossos defeitos e qualidades,que todos temos o nosso lada do céu e do inferno,que todos temos o lado do Espírito e do sangue,que é a carne. Alem disso, somos interligado por um gene que nos define e assim podemos estar unidos várias formas.

A religião é uma das característica da poética de Murilo Mendes, e sem dúvida é retratada nesse poema.  provas dessa religiosidade, no poema, são as ideias que somos iguais, que não temos diferença, ainda o que temos o nosso lado céu “ Sou ligado pela herança do espírito e do sangue “ e inferno “Ao santo e ao demônio” , que traz um significado religioso.
O poema tem a religião como característica, que vem do latim que significa religar.  

A mulher do poema de Jorge de Lima

Mulher proletária


Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.


Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
ao contrário das máquinas burguesas
salvar o teu proprietário.


A mulher do poema de Jorge de Lima

Neste poema, o autor discorre sobre a vida que muitas mulheres têm vivido. Pode-se entender que elas são “fábricas” para seus maridos. Essa é uma metáfora que o poeta usa para definir mulheres pobres e casadas com homens que trabalham na indústria.
Outro aspecto importante do texto, é que essa mulher “fábrica” é uma “propriedade” de seu marido. Essa mulher seria apenas uma produtora de filhos.
Percebe-se, ainda, que os “filhos” seriam o “lucro” do marido. Essa ideia pode significar que muitas dessas crianças são empregadas (trabalhadoras) desde muito cedo e que o dinheiro que elas ganham pertenceria ao proprietário “pai”.
Isso significa que algumas crianças irão trabalha para os senhores “burgueses”. Outras, contudo, morrerão antes de chagar a vida adulta. O que pode ser percebido na ideia de que elas serão “anjos de jesus”.

E explica que seu “proprietário” precisa da produção de filhos “lucro”, pois para seu pai “proprietário” eles foram produzidos apenas, para lucrarem e deixar seu pai ainda mais rico. Esse tipo de criação, pode causar um trauma em seus filhos, pelo fato de trabalharem desde muito cedo. E com isso, quando criar sua família, querer tratar igual seu pai, em que tratava a família de maneira negativa.

Os Ombros Suportam o Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.



Análise


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Nesse primeiro paragrafo se vê um visão niilista usada muito por Nietzsche

onde não há mais surpresas na vida humana, não ocorre um espera por um sentido existencial, essas questões foram muito implantadas por Nietzsche em seu livro "Vontade de poder", No livro de Nietzsche
ele faz uma explicação do niilismo, e de como sofrerá uma acensão dele em tempos futuros, isso se entrelaça com os textos de Carlos Drummond de Andrade, percebesse uma clara falta de futuro com uma visão pessimista, e abnega os sentimentos humanos e de relações sociais.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

A partir da segunda parte do poema, vemos uma visão distante do amor, onde na parte do "Em vão mulheres batem à porta" e caracterizado que mulheres tenta se encontrar nele mas ele se mantém afastado porque já não acredita mais em relações humanas e a solidão se torna o mais viável, é perceptível uma visão neutra onde nem no próprio sofrimento ele já não se deixa mais levar, ele apenas respira e vive.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?

Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. 
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

O ultimo e maior paragrafo logo de inicio ele não liga para a questão de envelhecer, demostra que o personagem se vê cansado, ele inicia uma onda de pensamentos sobre como a vida  só caminha sem um  sentido determinado, anda perdida pelo deserto, sem aquela questão de um proposito existencial, e que alguns se acostuma com essa vida caótica e outros percebem ela, mas não querem viver nela sedo os desistentes, ele finaliza o poema dizendo que a vida e algo vazio, onde nem a morte consegue tirar isso dela.

AMAR-AMARO

AMAR-AMARO


porque amou por que amou
se sabia
p r o i b i d o p a s s e a r s e n t i m e n t o s
ternos ou desesperados
nesse museu do pardo indiferente
me diga: mas por que
amar sofrer talvez como se morre
de varíola voluntária vágula evidente?

ah PORQUE AMOU
e se queimou
todo por dentro por fora nos cantos ecos
lúgubres de você mesm(o,a)
irm(ã,o) retrato espetáculo por que amou?

se era para
ou era por
como se entretanto todavia
toda via mas toda vida
é indignação do achado e aguda espotejação
da carne do conhecimento, ora veja

permita cavalheir(o,a)
amig(o,a) me releve
este malestar
cantarino escarninho piedoso
este querer consolar sem muita convicção
o que é inconsolável de ofício
a morte é esconsolável consolatrix consoadíssima
a vida também
tudo também
mas o amor car(o,a) colega este não consola nunca de nuncarás.

Análise do poema Amar-Amaro

No poema Amar-Amaro, de Carlos Drummond de Andrade, é abordado um assunto sobre o amor. Coisa que é muito comum em poemas, já que muitos abordam essa temática, o amor. Porém, neste texto em específico, Drummond brinca com o efeito da paranomásia ao escrever palavras que têm uma semelhança na fala e na escrita, porém com significados totalmente diferentes. Com isso o leitor pode ter uma falsa impressão de fusão das palavras como, por exemplo, no título que ele escreve "Amar-Amaro" quando sem perceber fazemos uma fusão dessas palavras que se parecem mas que mesmo assim têm significados bem diferentes.
    A maioria dos autores poéticos tenta empregar em suas obras, palavras que não são muito conhecidas para valorizar o significado destas. Mas, na obra em questão, o autor faz o contrário ao escrever palavras de fácil entendimento, porém algumas de maneira difícil de ser lida para valorizar o significante, que é o que vemos e não o que sabemos.                           Especialmente por causa dessa característica, que este poema tem uma estética única e difícil de ser encontrada em outras obras.
Uma das principais características de Carlos Drummond é a negatividade que ele emprega em seus textos. Na obra Amar-Amaro não seria diferente e ao ler este poema podemos encontrar esta negatividade por todo este texto e percebemos que o eu lírico destaca muito o fracasso, ao dizer que o personagem sempre se machuca ao tentar amar ou até mesmo que o amor não compensa, pois seria impossível encontrá-lo.
    Drummond escreveu várias coisas inusitadas neste poema como o emprego de palavras juntas e com letras maiúsculas , além do principal que foi o emprego da palavra "desesperados", de trás para frente e de cabeça para baixo, o que na opinião de muitos que marca esta obra maravilhosa.
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Análise do poema "Soneto do amigo". (Luciano Borges, Matheus Camilotti, Mikhael Garcia)

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica…

Análise do poema "Soneto do amigo"

A poesia “ Soneto do amigo” de Vinicius de Morais fala sobre a amizade sincera que passou por crises, mas que nunca foi esquecida, pois uma amizade de verdade nunca é abalada, pode sim passar por momentos difíceis, mas nunca acabará. 

Ele expressa que "depois de tanto erro passado, tantas retaliações, tanto perigo eis que ressurge noutro o velho amigo nunca perdido, sempre reencontrado" nesse trecho ele quis mostrar que nunca se perde uma amizade, mesmo havendo uma distância entre os amigos.

No verso seguinte, o eu lírico fala do sentimento bom de poder senta-se novamente ao lado de seu amigo "com os olhos que contem olhar antigo", a sinceridade de um com o outro de poder diálogar novamente depois de tanto tempo, o sentimento de paz que cada um sente em poder recuperar uma verdadeira amizade.

Apesar do amigo ter errado tanto no passado, ele gostou do reencontro, e fala também da alegria de estar ao lado do amigo novamente mesmo ele tendo suas falhas. E ele se sente muito feliz por ter amizade de uma pessoa tão especial.

 Diz também que "O bicho é igual a mim", ele expressa que os dois são iguais e pensam de uma forma parecida, são honestos de formas fazer as coisas sempre certas como diz na frase "simples e humano, sabendo se mover e comover". 

No último trecho ele expressa significado da palavra amigo " Amigo, um ser que não se explica." Na ultima frase ele diz "E o espelho da minha alma multiplica...", onde quis dizer que o amigo é tão parecido que pode se comparar com o "espelho" de sua própria alma que se multiplica. 

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, 
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração 
que nem se mostra. 

Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
- Em que espelho ficou perdida 
a minha face?
https://www.pensador.com/autor/cecília_Meireles/


  
   Este poema relata fases da vida,  no caso, é um retrato de uma fase de mais maturidade. Essa temática é presente em outros poemas da  autora Cecília Meireles, como o conhecidíssimo poema "Motivo'', que propõe uma ideia da fase alegre da vida. Pois bem, pode ser uma fase juvenil, na qual  a autora se encontra alegre e possivelmente apaixonada. 
    No poema ''Retrato'', o eu lírico olha-se em seu espelho e tenta desvendar quando foi que a sua juventude, seus traços e a sua essência se perderam ou foi deixada ao longo da vida. Algo que pode ser preocupante, já que nessa fase é sentida uma certa insegurança em relação a vida. E quando chegamos a essa fase devemos ter muita calma e compreensão.
    Daqui em diante, falaremos das coisas boas e das ruins que com o passar dos anos o eu lírico sentiu que mudou em sua vida. Ele percebeu que alguns conquistas poderiam ser positivas, quando ele menciona ''Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo''. Assim, a tranquilidade de seu rosto pode ser um ponto positivo, já que uma pessoa calma consegue viver em uma harmonia razoável.
   Não podemos esquecer dos pontos negativos que o poema apresenta, que são a ideia de uma certa ''invalidez'' e um corpo envelhecido que a autora tenta propôr ao leitor. Em algumas partes do poema Cecília fica um pouco quanto assustada com a velocidade que o tempo passou e junto a ele trouxe várias mudanças em seu corpo ''Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas''. Percebe-se que para o eu lírico é algo até meio vergonhoso, pois  para quem teve uma vida com corpo de pele lisa e belas curvas, conviver com verrugas e um olhar triste é algo assustador por si próprio
.


Dialética - Analise (Mikhael, Luciano e Matheus.)

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste...
Vinicius de MoraisANÁLISE - Dialética.Podemos observar no título do poema, "Dialética", que significa a dúvida e o eu-lírico percebeu que quando se trata de amor essa dúvida não deveria existir, mas existe.  O poema fala sobre o amor que o eu-lírico sente por alguém, porém está subentendido que esse amor não é o bastante para ele ser feliz. Além disso, "dialética" também pode ser entendido como um dialogo com outra pessoa que talvez ele não tivesse mais interessado.Vejam que o eu-lirico insiste em deixar bem evidente, através da repetição do “É claro”, que tem muitas razões para ser uma pessoa contente, utiliza-se até a figura de linguagem paralelismo para isso.Verifica-se também no poema a presença da antítese, que mostra a dúvida do autor quando diz que apesar de amá-la e ser feliz, é triste.
Este poema faz parte de livro '' Para Viver Um Grande Amor'', é o texto que mais chama atenção sendo possível ver com clareza as contradições e  riquezas de emoções presentes. Em que há certeza e duvida, alegria e tristeza em um poema curto.    Vinícius de Moraes era um boêmio inveterado e ficou conhecido por ser um grande conquistador. Casou-se nove vezes ao longo de sua vida. Observando essas informações podemos relacionar o poema "Dialética" com a sua vida amorosa que por sinal era bem agitada. O poema mostra que o problema não é ela e sim ele.

Tom Jobim e Vinícius de Moraes - Eu Não existo sem você - Grupo (Luciano, Matheus e Mikhael)

Tom Jobim e Vinícius de Moraes - Eu Não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Marcus Vinícius de Moraes é um poeta lírico cujo tema principal é amor. Ao longo de sua vida, foi músico, ator, poeta e também era conhecido por ser um grande conquistador. Em muitos de seus poemas, usava figuras de linguagem como comparação, metáforas, etc. Tom Jobim é considerado o maior expoente de todos os tempos da MPB (Música popular brasileira) pela revista ROLLING STONE e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova. Ao lado de Vinicius de Moraes, fez uma das mais fecundas parcerias da música brasileira, através da qual produziram inúmeras músicas, sendo uma delas: "Eu não Existo sem Você".
"Eu não existo sem você" é um poema que foi musicado (por Tom Jobim), pertence a obra de Vinicius de Moraes e relata de forma emocionante o sentimento de um eu lírico. O poema mostra o quão grande pode ser o amor de uma pessoa por outra, de forma a não conseguir viver sem isso. Um amor que resiste a distância, que não tem medo de amar e nem de sofrer: "Que todo grande amor, Só é bem grande se for triste".
Como dito no verso: "Que todos os caminhos, me ancaminham pra você", podemos ver que o destino do eu poético está traçado, que não ha caminho algum diferente da amada, apenas ela...
Na segunda estrofe percebe-se o uso de muitas comparações e paralelismos, que ajudam a compor o ritmo do poema musicado. São usados para tentar expressar o amor pela amada, e que sua vida será completa apenas ao seu lado.

O utopista Murilo Mendes

O utopista

Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças 
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro no mundo.

No poema de Murilo Mendes ele fala do sentido original da palavra utopia, que concebe exatamente os materialistas, para quem o "chão é duro", como os verdadeiros utopistas. 
Com efeito para muitos marxistas, o mundo em que vivemos é irremediável. Para eles os homens estão presos a uma classe social como fala no poema "Que todos os homens estão presos".
A poesia e a arte são produtos ideológicos e limitados "Que há limites para a poesia".
Toda felicidade que esse mundo aparenta é ilusória "Que não há sorrisos nas crianças, nem amor nas mulheres", e que a unica coisa que importa nesse mundo são as condições materiais (o "pão"), e "Não há um outro no mundo".
Na ultima frase do poema ele fala exatamente como é o pensamento de um utopista, "Não há um outro no mundo", ou seja, ele que dizer que só existe o homem no mundo e não existe Deus.Só que Murilo Mendes era católico então o que ele faz é inverter a acusação dos materialistas ao cristianismo, o de que o Deus ou o "outro mundo" não passa da negação do mundo real materialista. Para Murilo Mendes quem realmente nega o mundo real é exatamente o utopista. 

terça-feira, 21 de novembro de 2017

''Sete Faces''


O texto chama-se poema de sete faces por ser uma composição de sete estrófes e, em cada uma delas, o eu-lírico vai revelando seus sentimentos ou jeito de ser. Se compararmos o título com algum aspecto geométrico, percebemos a influência do cubismo de Pablo Picasso sobre Drummond. 
"Lembrando que o cubismo  foi um movimento artístico que teve como seus principais expoentes e pioneiros Pablo Picasso e Georges Braque por volta de 1907, muito embora Cézanne tenha usado, já em 1901, múltiplos pontos de vista numa única pintura. Segue uma pintura:movimento artístico que teve como seus principais expoentes e pioneiros Pablo Picasso e Georges Braque por volta de 1907, muito embora Cézanne tenha usado, já em 1901, múltiplos pontos de vista numa única pintura movimento artístico que teve como seus principais expoentes e pioneiros Pablo Picasso e Georges Braque por volta de 1907, muito embora Cézanne tenha usado, já em 1901, múltiplos pontos de vista numa única pintura." Segue uma pintura:
                                          

                                          

        Neste trabalho trataremos de algumas estrófes do poema de sete faces, trazendo alguns aspectos semânticos e formais. 

Na 3ª estrófe,  o eu´lírico se sente sozinho, apesar da multidão que o cerca, indiferente dos fatos e às pessoas que parecem incomodá-lo com tanta agitação, ele se distancia da realidade.
Na 5ª estrófe, o eu-lírico questiona Deus, ele o julga que o Todo-Poderoso o deixou em um caminho complicado e que por isso é um fracassado.
E na última estrófe, o eu - lírico diz que fez tais revelações por ter bebido um pouco mais do que podia, e que isto o fez se sentir um fracassado, e disse também que não tinha nenhuma dignidade. 

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Coreia do Norte

Formada através da divisão da antiga coreia, que foi fragmentada em 1948, esse ato foi feito graças aos interesses da antiga URSS e os EUA. dando origem à República Democrática Popular da Coreia e a República da Coreia, mais conhecidas como coreia do norte e coreia do sul, respectivamente.
Esses dois novos países aderiram a sistemas geopolíticos diferentes, a coreia do norte "apadrinhada" pela URSS, entregou-se aos ideias comunistas, já sua irmã do sul, "ajudada" pelo tio Sam, aderiu às atuais ideias do capitalismo.
Atualmente, a coreia do norte tem um dos regimes totalitaristas mais fechados, 
tendo a fronteira com a Coreia do Sul é fortemente vigiada. 

Com o fim da União Soviética (1991), principal aliada da Coreia do Norte, a economia nacional entrou numa profunda decadência. Sendo um país que aplica o modelo mais radical sob o preceito de comunista. O país é governado por Kim Jong-Un, filho de Kim-Jong-Il, o qual segue a dinastia que seu avô responsavel pela ditadura no país.o contato com o mundo exterior é muito restrito, havendo extrema limitação dos meios de comunicação.
graças a coreia, é possível se ver o que ocorre em um pais quando são colocados líderes totalitários e permiti-los lá.
Já não bastando o regime imposto na Coreia do norte,o poderio militar que a potência tem causa amedrontamento a outros países, com grandes avanços científicos na área bélica, tendo seus testes nucleares satisfatórios e com boatos que eles tenham em suas mãos uma poderosa categoria de arma nuclear, a bomba de hidrogênio.
com seus diversos testes de mísseis balísticos, alcançando cada vez distâncias maiores, a coreia do Norte demostra que a guerra fria e as  diversas interferências das antigas potencias causou um serio abalo na linha temporal podendo atualmente desencadear uma nova bipolaridade entre as potencias mundias.
Embora seja um país militarmente forte, é visível o nível social pobre presente no país, tendo muitos indícios de miséria, e de falta de alimento em diversas áreas do país. Isso vem do abusivo poder totalitário e de foco em itens menos importantes que o povo em seu país.