sábado, 25 de novembro de 2017

Jorge de lima "solíloquio sem fim e rio revolto"


Solilóquio sem fim e rio revolto 
 
Solilóquio sem fim e rio revolto  -A 
mas em voz alta, e sempre os lábios duros -B 
ruminando as palavras, e escutando -C 
o que é consciência, lógica ou absurdo. -D 
 
A memória em vigília alcança o solto  -A
 

perpassar de episódios, uns futuros -B 
e outros passados, vagos, ondulando -C 
num implacável estribilho 
surdo. -D 
 
E tudo num refrão atormentado: -E 
memória, raciocínio, descalabro… -F 
Há também a janela da 
amplidão; -G 
 
e depois da janela esse 
esperado -E 
postigo, esse último portão que eu abro -F 
para a fuga completa da 
razão. -G 

 
 
 

significado Soliloquio: conversar com sigo próprio. 

 
 
 
Jorge Mateus de Lima nasceu dia 23 de abril de 1893 na cidade alagoana de União dos Palmares. O percurso poético de Jorge de lima é distinto dos demais poetas de sua geração e que ele se destaca como um dos mais ricos e de maior complexidade de nossa literatura, com bastante variação e em constante mutação. Jorge de Lima, conhecido como “príncipe dos poetas alagoanos inicia-se como poeta neoparnasiana e simbolista, alcançando notoriedade com “O acendedor de lampiõesele também trabalhou como artista plástico, professor e médico.   

Já no poema "solilóquio sem fim e rio revolto". Jorge de lima trata sobre logica ou absurdo, uma realidade ou ficção. É um portão para a fuga da razão. No texto o poeta trata sobre uma ilusão, uma conversa com sigo mesmo que durara para sempre, consequentemente seus lábios vão secando e ele não identifica mais se é uma ilusão ou a realidade. Suas memórias se libertam e passam pela sua cabeça como episódios, aleatórios, sem som em uma vaga amplidão, tudo atormentado, memórias e raciocínios. Levando o personagem a loucura e a total exatidão. Como em todos os poemas Jorge de lima, apresenta uma ideia totalmente diferente uma da outra, mostrando vários aspectos da sociedade e dos indivíduos, uma das diferenças entre os poemas são as rimas, em cada poema de Jorge de lima, utiliza uma sequência própria de rimas, característica de sua criação aprestada no 1° estrofe ABCD, 2°ABCD, 3°EFG, 4°EFG.
Grupo: Elysson, João Pedro, Vitor Daniel

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