sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O utopista Murilo Mendes

O utopista

Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças 
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro no mundo.

No poema de Murilo Mendes ele fala do sentido original da palavra utopia, que concebe exatamente os materialistas, para quem o "chão é duro", como os verdadeiros utopistas. 
Com efeito para muitos marxistas, o mundo em que vivemos é irremediável. Para eles os homens estão presos a uma classe social como fala no poema "Que todos os homens estão presos".
A poesia e a arte são produtos ideológicos e limitados "Que há limites para a poesia".
Toda felicidade que esse mundo aparenta é ilusória "Que não há sorrisos nas crianças, nem amor nas mulheres", e que a unica coisa que importa nesse mundo são as condições materiais (o "pão"), e "Não há um outro no mundo".
Na ultima frase do poema ele fala exatamente como é o pensamento de um utopista, "Não há um outro no mundo", ou seja, ele que dizer que só existe o homem no mundo e não existe Deus.Só que Murilo Mendes era católico então o que ele faz é inverter a acusação dos materialistas ao cristianismo, o de que o Deus ou o "outro mundo" não passa da negação do mundo real materialista. Para Murilo Mendes quem realmente nega o mundo real é exatamente o utopista. 

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