assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
https://www.pensador.com/autor/cecília_Meireles/
No poema ''Retrato'', o eu lírico olha-se em seu espelho e tenta desvendar quando foi que a sua juventude, seus traços e a sua essência se perderam ou foi deixada ao longo da vida. Algo que pode ser preocupante, já que nessa fase é sentida uma certa insegurança em relação a vida. E quando chegamos a essa fase devemos ter muita calma e compreensão.
Daqui em diante, falaremos das coisas boas e das ruins que com o passar dos anos o eu lírico sentiu que mudou em sua vida. Ele percebeu que alguns conquistas poderiam ser positivas, quando ele menciona ''Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo''. Assim, a tranquilidade de seu rosto pode ser um ponto positivo, já que uma pessoa calma consegue viver em uma harmonia razoável.
Não podemos esquecer dos pontos negativos que o poema apresenta, que são a ideia de uma certa ''invalidez'' e um corpo envelhecido que a autora tenta propôr ao leitor. Em algumas partes do poema Cecília fica um pouco quanto assustada com a velocidade que o tempo passou e junto a ele trouxe várias mudanças em seu corpo ''Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas''. Percebe-se que para o eu lírico é algo até meio vergonhoso, pois para quem teve uma vida com corpo de pele lisa e belas curvas, conviver com verrugas e um olhar triste é algo assustador por si próprio.
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